O amor está no ar… E não é porque o dia dos namorados está chegando não. E porque nós, humanos, não sabemos viver sem ele.
Mas, apesar de sermos seres emocionais, nem sempre sabemos lidar com os nossos sentimentos da melhor maneira, e o que era para ser simples e prazeroso, muitas vezes, vira dor de cabeça.
Eu te amo, mas…
Conflitos, conflitos e mais conflitos.
Que atire a primeira pedra aquele que nunca viveu um relacionamento conturbado - e não estamos falando apenas de casais, mas de qualquer relação em que haja afeto -, em que, por mais que existisse amor, as coisas sempre pareciam estar fora de compasso.
É o famoso “eu te amo, mas não quero te ver nem pintado de ouro”.
Mas por que será que isso acontece?
“Todo mundo quer amor, todo mundo quer amor de verdade” (Arnaldo Antunes)
Antes de tudo, é preciso entender que não se pode viver sem amor.
Dois mil anos atrás, o filósofo grego Aristóteles disse que “o homem é um ser social”, pois precisa viver em grupo para sobreviver. Mas não basta viver perto; é preciso viver junto.
Isso porque nós, enquanto seres dotados da capacidade de sentir, temos a necessidade do afeto. Dessa forma, não apenas queremos estar próximos, como também queremos nos sentir parte; sentir que nossa presença é desejada e festejada - ou seja, queremos nos sentir amados.
E isso não é uma necessidade supérflua.
Pesquisadores, por exemplo, já identificaram que a falta de afeto pode acarretar problemas importantes no desenvolvimento cerebral da criança.
Se precisamos e queremos amar, por que, então, nos relacionar pode ser tão difícil?
Gary Chapman parece ter a resposta.
Uma questão de linguagem
O livro de Chapman - que é pastor e conselheiro matrimonial - fala sobre as linguagens do amor, então parece sensato entendermos o que isso significa.
Linguagem é todo sistema utilizado para estabelecer comunicação.
Sim, meu caro leitor, no final tudo está ligado a ela, a comunicação.
Imagine a seguinte situação:
você está em um país estrangeiro em que se fala um idioma muito diferente do português; um idioma que você não só não domina, como sequer consegue, minimamente, decifrar.
Num dado momento, você percebe que precisa ir ao banheiro, mas não sabe onde encontrar um. Você tenta perguntar para as pessoas à sua volta, mas a comunicação é impossível - afinal, você fala banheiro; o outro fala “Phòng vệ sinh"
De acordo com Chapman, é mais ou menos isso que acontece também nas relações.
“You like tomato, I like tomahto” Você gosta de tomate, eu gosto de tomahto (Louis Armstrong)
“Let’s call the whole thing off”, ou “Vamos cancelar tudo” é uma música que fez bastante sucesso na voz de Louis Armstrong e Ella Fitzgerald.
O que a letra diz, basicamente é que eu gosto de uma coisa e você gosta de outra. E por mais que elas sejam bastante semelhantes, de alguma forma, a gente não consegue se entender.
Essa música, talvez, seja uma das melhores representações da teoria de Gary Chapman…
De acordo com ele, cada um de nós “fala” e “lê” uma linguagem diferente para o afeto. E na maior parte das vezes, o que acontece é que eu não me sinto verdadeiramente amado pela maneira como o outro demonstra afeto - já que é diferente daquilo que eu entendo como amor.
Vamos ver as cinco linguagens identificadas pelo autor:
As cinco linguagens do amor
Pessoas que falam essa linguagem do amor demonstram (e entendem) afeto a partir de elogios e palavras de incentivo: “Gostei muito deste texto que você escreveu”; “Você ficou muito bem nessa roupa”; “Tenho certeza que você vai conseguir”
São pessoas que gostam de separar um tempo para dedicar às pessoas que ama através de um bom bate papo, um passeio, uma ida ao cinema etc.
Geralmente, são pessoas que têm dificuldade de demonstrar afeto de maneira literal e fazem isso de forma simbólica, através de presentes - que não precisam ser financeiramente caros, mas valiosos em significado: uma pizza, uma flor, um chocolate…
Já ouviu falar que o que você faz é mais importante do que o que você fala? Pessoas que falam essa linguagem do amor, pensam exatamente assim, e demonstram afeto fazendo uma comidinha gostosa, lavando a louça, dando uma carona do trabalho pra casa etc.
São aqueles que gostam de abraçar, beijar, fazer cafuné, enfim, tudo o que envolve o toque físico. Para essas pessoas, essa é a maneira como o amor é representado e é assim que elas se sentem seguras em um relacionamento.
Vamos, então, falar a mesma “língua”?
Para Gary Chapman, então, a forma de construir um relacionamento tranquilo e duradouro é entender a linguagem do outro e deixar clara a sua. Isso vai melhorar a comunicação e fará com que o outro não tenha dúvidas quanto ao afeto recebido.
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