Você gosta de música? Pois saiba que o Brasil é um dos países que mais consome música no mundo. De acordo com o relatório Engaging with music, nós consumimos, em média, 25,4 horas de música por semana, ficando atrás, apenas, do México, que consome 25,7 horas no mesmo período.
Com tanta procura e consumo, é possível mudar um pouco o nosso (pré) conceito e entender que trabalhar com música pode sim ser uma boa opção.
“Música não dá futuro”
De fato, esse é um pensamento antigo que segue firme em nossa sociedade. E tem uma explicação.
Até a invenção do rádio, no final do século XIX, as pessoas consumiam música apenas em apresentações, como recitais e concertos, ou nas festas. E mesmo depois da invenção do aparelho, música era sinônimo de música erudita, reservada apenas às classes mais abastadas (aqui no Brasil, por exemplo, o samba foi proibido até o governo Vargas e tocar qualquer instrumento de percussão era interpretado como crime de vadiagem, levando a até 30 dias de cadeia).
Foi durante o século XX que as músicas ditas populares foram ganhando maior espaço. Rock, jazz, soul, funk e samba caíram no gosto da massa e passaram a ter legiões de fãs e consumidores.
Mas ainda que o mercado tivesse se expandido, não era simples levar o seu trabalho para o grande público. Era preciso que uma gravadora visse em você um bom potencial de vendas, gravar e, então, torcer para as rádios tocarem a sua música. Afinal, se não estava na rádio, “não existia”...
Diante deste cenário tão inóspito, é compreensível que as pessoas acreditassem que “música não dá futuro”, afinal, eram poucos que conseguiam alcançar o sucesso.
Caiu na rede e viralizou
Mas o mundo mudou.
Com a chegada da internet, o monopólio dos meios de comunicação caiu. Hoje, qualquer pessoa pode “dar o seu recado” nas redes usando apenas o seu aparelho celular.
Quantas pessoas que não passariam no crivo das grandes organizações, hoje conseguem “lançar” o seu trabalho na internet?
E foi assim que muitos artistas da música se tornaram virais e hoje fazem sucesso com o grande público.
Em junho de 2022, a banda Jovem Dionísio viralizou nas redes com sua música “Acorda Pedrinho”. Depois de alcançar mais de 22 milhões de visualizações no Youtube, os músicos foram convidados a participar de um dos maiores eventos do país: o Rock in Rio.
Agnes Nunes é outra artista que conquistou o público através das redes. Com apenas 19 anos e milhões de visualizações, ela também participou do Rock in Rio cantando ao lado da veterana Elba Ramalho.
Já Mari Merenda, de São Paulo, viralizou cantando “Feira de Mangaio”, imortalizada na voz de Clara Nunes, ao mesmo tempo em que toca o Asalato, instrumento da África Ocidental. A visibilidade lhe rendeu participação no programa Caldeirão do Mion, da Rede Globo.
Como impulsionar a carreira musical
Se engana quem pensa que músico não precisa estudar. Pelo contrário, precisa estudar MUITO. Seja como instrumentista ou como cantor, é através da prática que se alcança a excelência.
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Tem muita gente que viraliza justamente pela falta de qualidade no seu trabalho, mas acredite: esse tipo de fama é passageira. Se quiser construir uma carreira sólida, é preciso se especializar.
No momento em que você decide ser um profissional da arte, é preciso entender que o seu produto é você mesmo.
Assim, a escolha do seu nome artístico deve ser bem pensada, para causar impacto no seu público.
E essa definição deve levar em consideração o tipo de imagem que você deseja transmitir enquanto artista. Bandas mais irreverentes combinam com nomes engraçados ou mesmo nonsense
- como é o caso da antiga “Mamonas Assassinas”. Mas se o seu desejo é transmitir uma imagem mais séria, seu nome deve ser compatível com a proposta.
E neste caso, deve ser um perfil voltado para a finalidade de divulgar o seu trabalho. Ainda que você também faça conteúdos pessoais para humanizar o seu feed e trazer mais engajamento, pense sempre que este é um canal de trabalho e que é preciso usar um critério profissional nas postagens.
Use esse canal para divulgar o seu trabalho. Apresentações em bares ou pequenas casas de show são válidas, assim como vídeos caseiros no estilo “voz e violão”.
Exatamente pela popularização da música, hoje temos incontáveis artistas mostrando o seu trabalho nas redes.
Por isso, é importante pensar estrategicamente na hora de divulgar o seu trabalho e destacar os seus pontos fortes, ou seja, aquilo que te torna único e faz com que você se destaque “em meio à multidão”
Como diz o grande músico Milton Nascimento, “Todo artista tem de ir aonde o povo está”.
O mundo digital trouxe a facilidade de termos sites e apps especializados: se você quer pedir uma pizza, vai para o app de entregas. Se precisa de farmácia, tem um app só pra isso. E se quiser ouvir música? Vai para os apps e sites voltados para essa finalidade.
Então, se você quer alcançar pessoas interessadas em música, ou seja, o seu público, deve publicar o seu trabalho nesses espaços.
Pronto, agora é só começar. Mude seu jeito de pensar. Música dá futuro para quem não tem medo de Refuturizar!