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Cyberbullying e suas consequências

Escrito por Refuturiza | 13/07/2022 21:00:00

Em 2017, uma série lançada em uma famosa plataforma de streaming causou grande alvoroço em todo o mundo: 13 reasons why (em português, “Os 13 porquês”) trazia como acontecimento central da trama o suicídio de uma adolescente como consequência do bullying que sofria.

A situação retratada dividiu opiniões. Os comentários da época se dividiam entre aqueles que viam gravidade na trama e aqueles que achavam um grande exagero as consequências do bullying. Afinal, quem nunca foi alvo de “brincadeiras” na época da escola?

Mas será mesmo só brincadeira?

O Bullying

Foi o professor de psicologia Dan Olweus que atribuiu esse nome a práticas muito comuns no ambiente escolar. 

O termo vem da junção de bully, que significa “valentão”, com a terminação -ing, característica do gerúndio em inglês (em português, essa forma nominal tem a terminação -ndo - comendo, trabalhando, estudando etc.). Não há uma tradução exata para o termo (tanto que usamos, mais comumente, a palavra em inglês ou a expressão “assédio moral”), mas seria algo como “bancando o valentão”, “tiranizando”.

Apesar do nome recente, a prática do bullying é antiga. Ela é caracterizada por atos de violência, física e/ou emocional e psicológica, que acontecem de forma recorrente, principalmente em espaços coletivos e de convivência, como a escola e o trabalho.

Mas por que algumas pessoas confundem o bullying com brincadeira?

Qual criança nunca ouviu coisas como, “Rolha de poço”, “Quatro olhos”, “Mosquito” ou “Pinóquio”? No período da infância, esses “xingamentos” são extremamente comuns e, geralmente, usados para ressaltar características físicas do alvo.

Enquanto muitos levam esses “nomes” na brincadeira, outros entendem que esse é um caminho extremamente delicado, que pode causar mágoas e feridas profundas.

De acordo com o portal Televita, a chave para diferenciar brincadeira de bullying é observar se as duas partes estão se divertindo. Se o lado “atacado” não está, é hora de parar. Aqui, também vale a regra do “não é não”!

Além disso, a prática do bullying, em geral, ultrapassa a fronteira dos apelidos infantis. Como tem o intuito de agredir, os comentários são feitos “muitos decibéis acima”, o que evidencia a violência.

Bullying nas redes é cyberbullying

 Agora que já entendemos o conceito de bullying, podemos dar um passo adiante e conhecer um de seus desdobramentos mais comuns nos dias de hoje: o cyberbullying. Trata-se do bullying praticado nas redes sociais.

De acordo com o site da UNICEF, ele compreende ações como:

  • Compartilhar mentiras e fatos íntimos/constrangedores a respeito de uma pessoa
  • Ameaçar alguém através das redes sociais e plataformas de mensagens
  • Fazer um perfil fake para se passar por alguém e enviar ameaças em seu nome

Pesquisa divulgada pelo Instituto de Pesquisa Ipsos mostra que somos o 2° país com o maior número de casos. Um dos mais recentes envolveu o filho da cantora Walkyria Santos, que cometeu suicídio após uma série de ataques virtuais.

No Japão, a morte da atleta Hana Kimura levou a um endurecimento das leis contra o assédio moral praticado nas redes, que agora poderá ser punido com até 3 anos de prisão. 

Como agir 

Aqui no Brasil, o cyberbulling também é passível de punição, mas ela varia de acordo com o tipo de agressão:

  •  Calúnia: detenção de 6 meses a 2 anos e multa
  • Difamação: detenção de 3 meses a 1 ano e multa
  • Injúria: detenção de 1 a 6 meses e multa

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Se o ataque for sofrido nas redes sociais, o primeiro passo é fazer uma denúncia na própria plataforma.

Mas o caso também pode ser levado ao Ministério Público e à Delegacia de Crimes Virtuais; se o caso envolver menores de idade, pode-se notificar, também, o Conselho Tutelar.

O importante é agir o quanto antes para frear as agressões e impedir que a situação se agrave.

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