Se tem uma coisa que o século XXI tem nos ensinado é que nada é permanente. Um grande (e difícil) exemplo disso é o exato momento que estamos vivendo. Se alguém nos dissesse, um ano atrás, que passaríamos longos meses isolados por conta de um vírus, talvez não acreditássemos. Da noite para o dia, tudo aquilo que havíamos planejado para o nosso ano – ou mesmo para os próximos dias – se dissolveu no ar. Em poucas semanas, ainda mexidos pelo susto, tivemos que descobrir formas novas de viver; tivemos que adaptar nossas vidas por completo a uma nova realidade.
As transformações profundas, porém, não são uma exclusividade de 2020. Inclusive, não sabemos até que ponto a pandemia mudará definitivamente a realidade. O mundo em que vivemos está em constante mudança e não se pode achar que o que é válido hoje assim continuará amanhã.
O U.S. Army War College – Escola de Guerra dos Estados Unidos -, refletindo sobre esse assunto, chegou ao seguinte termo: VUCA. Ele foi criado ainda nos anos 1990 para falar justamente dessa nova realidade de constantes e profundas transformações.
VUCA significa Volátil, Incerto, Complexo e Ambíguo.
Vamos entender como cada uma dessas palavras se aplica.
Originalmente, a palavra volátil era usada para se referir à capacidade que um corpo tem ou não de voar. As aves, por exemplo, são animais voláteis.
Com o passar do tempo, o termo foi ganhando novos sentidos e passou a ser usado para designar algo inconstante, que muda com grande facilidade.
Quando pensamos no contexto que estamos trabalhando – o universo profissional – pensamos na velocidade com a qual o mundo empresarial se transforma. E nesse sentido, cabe ao profissional se atualizar junto, pois aqueles que não acompanham a mudança acabam ficando para trás.
E se as coisas mudam em ritmo acelerado, a única certeza que temos é a da incerteza.
Não à toa, um dos campos que mais cresce atualmente é o de captação e interpretação de dados. Quando não sabemos onde estamos pisando, precisamos buscar ferramentas que ajudem a nos guiar. Ainda assim, sabemos que a previsão de cenários futuros é insegura, na medida em que, de uma hora para a outra, um evento pode mudar os rumos da história – como, por exemplo, a atual pandemia ou o atentado de 11 de setembro, no início dos anos 2000.
A complexidade nos traz a ideia de que não é simples compreender o mundo à nossa volta. Por trás de um determinado fato, há uma teia complexa e extensa de fatores.
Um exemplo disso é a oscilação do preço dos produtos. Qual será a razão para um produto que ontem custava R$5,00 hoje custar 3 vezes isso? A resposta não é simples (e se alguém te disser que é, estará mentindo!). Se é um produto agrícola, ele está suscetível às variações climáticas, ao aumento do valor do dólar, à procura, à viabilidade do transporte, ao valor do combustível etc. Um único problema, encontra muitas variáveis para a sua solução.
Imagine que estamos caminhando em uma via e chegamos a uma bifurcação. Se queremos chegar a um determinado lugar, o normal é pensar que apenas um dos caminhos seja o certo. Mas se pensarmos que essa estrada é o mundo atual, essa ideia se desfaz. Não há uma resposta única; o que existe são possibilidades e escolhas que trarão consequências positivas ou negativas.
Por isso, o conhecimento e a informação são armas fundamentais para quem quer ser bem sucedido nessa nova realidade.
Até semana que vem!