"Nenhum motivo explica a guerra", foi o que disse o poeta e compositor brasileiro Arnaldo Antunes.
E quem há de dizer que ele não tem razão?
Infelizmente, muitas nações ainda levam a disputa de interesses às últimas consequências. E quantos são afetados por isso, direta ou indiretamente?
Mas ainda que as guerras sejam injustificáveis, é possível entender o fio que conduziu a ela. E é isso que nós vamos mostrar hoje para você.
Primeiro, é importante lembrarmos que tanto a Rússia quanto a Ucrânia já fizeram parte de um mesmo Estado: a URSS - União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.
Após a Revolução Russa, em 1917, 15 repúblicas soviéticas se uniram sob um mesmo regime unipartidário - o Partido Comunista da União Soviética.
A URSS se dissolveu por completo em 1991, após a Guerra Fria, com a progressiva independência dessas repúblicas.
Foi uma das últimas nações dentre as que compunham a antiga URSS a conquistar a sua independência, em 1991.
A sua região, porém, sempre foi vista como estratégica por concentrar grande parte dos aparatos militares e do setor agrícola e industrial.
Pode parecer que tudo começou agora, mas a tensão entre Rússia e Ucrânia começou em 2014, quando, logo depois que o então presidente ucraniano, Víktor Yanukovich - favorável às políticas de Moscou e pró-Rússia - foi deposto.
A Criméia é uma península do Mar Negro que, por sua posição geopolítica, é considerada uma importante região estratégica.
Com o fim da URSS, foi assegurada a permanência do território sob os domínios da Ucrânia. Porém, depois da deposição do presidente ucraniano, a península realizou um referendo que determinou a anexação da região à Rússia.
O conflito se intensificou em 2022 com a aproximação entre a Ucrânia e a OTAN- Organização do Tratado do Atlântico Norte.
O território ucraniano faz, ao mesmo tempo, fronteira com a Rússia e com a União Europeia. Assim, uma possível entrada do país para compor os membros do tratado - uma aliança militar que reúne 30 países - foi vista pela Rússia como uma ameaça aos seus interesses políticos.
E de que forma isso afeta o Brasil?
Os impactos são majoritariamente econômicos:
Aumento do preço do petróleo, pois a Rússia é o terceiro maior produtor de petróleo do mundo;
Alta consideração das taxas de juros, já que o conflito pode fortalecer a política monetária contracionista em nosso país.
Apesar da maior parte dos países do ocidente estar se posicionando contra o posicionamento russo e de a União Europeia ter se unido para enviar munição e armamento aos ucranianos, o Brasil decidiu se posicionar de forma neutra - no entanto, na ONU, votou a favor do cessar fogo.
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