8M: conheça 5 mulheres que mudaram a história

Refuturiza - 08 Março, 2023

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8M: conheça 5 mulheres que mudaram a história

Hoje é 8 de março e para celebrar vamos falar de 5 mulheres importantes que fizeram história.

Hoje é 8 de março e para celebrar vamos falar de 5 mulheres importantes que fizeram história.

Chegamos ao 8M, o Dia Internacional das Mulheres, data para lembrar, debater e celebrar a luta das mulheres por direitos iguais. 

Sim, é verdade que avançamos muito em direitos nos últimos tempos. Há cem anos, por exemplo, o voto feminino não era permitido no Brasil. Até 1962, as mulheres não podiam trabalhar ou abrir conta em banco sem a autorização do marido. E somente agora receberam autorização para realizar a laqueadura sem precisar do consentimento do cônjuge.

Então, apesar das conquistas, as mulheres ainda estão longe de ter os mesmos direitos que os homens, seja no Brasil, seja no mundo.

E é claro que a gente também precisa sempre lembrar que há uma diferença entre a garantia do direito e a sua prática efetiva. A nossa Constituição, por exemplo, garante em seu artigo 5º que todos são iguais perante a lei. No entanto, se formos olhar apenas para o recorte das relações de gênero no espaço de trabalho, podemos identificar alguns pontos que mostram que isso não corresponde à realidade:

- Em 2021, o índice de mulheres empregadas era de 51,56% enquanto o de homens era 71,64%;

- No mesmo ano, a taxa de mulheres com ensino médio completo que estavam desempregadas era 19,04%, enquanto que a de homens com a mesma escolaridade era 11,63%;

- Em 2022, pesquisas apontaram que a diferença salarial entre homens e mulheres ainda gira em torno dos 20,5%.*

(fonte: CNN Brasil)

Esses são apenas alguns exemplos que identificam a existência de uma estrutura de desequilíbrio que mantém as mulheres (e outros grupos sociais, é claro) em uma condição de desigualdade.

Por isso, a data não tem nada a ver com bombons, flores ou embalagens “cor de rosa”, mas sim de “girl power” (poder feminino)! 

E foi isso que as personagens que vamos trazer hoje mostraram para o mundo. Quando todas as circunstâncias diziam NÃO, elas decidiram que a resposta era SIM!

Venha conhecer a história de 5 mulheres que fizeram história!

Esther Afua Ocloo (1919-2000)

Pense numa mulher que fez a diferença em seu país. Essa mulher é Esther Ocloo!

Ela nasceu em Gana, na região do Rio Volta. Muita gente não sabe, mas o país está entre os 20 maiores produtores de laranja do mundo. E foi justamente essa fruta que transformou a vida de Esther.

Quando jovem, ela estudou em uma escola de grande prestígio, a Achimota School. E foi lá, durante uma aula de ciências, ela aprendeu a fabricar geléias e marmeladas. 

Muitos anos depois, quando já adulta, ela ganhou 10 xelins de presente de uma tia. Nessa hora, ela teve um clique: usou parte do dinheiro para comprar laranjas e açúcar para fazer geleia. O resultado? Doze potes do doce, fresquinhos, que ela vendeu a 1 xelin cada. Ela percebeu que era possível ter uma boa margem de lucro com as vendas e seguiu em frente.

O sucesso foi tanto que ela se tornou a dona de uma das primeiras empresas de processamento de alimentos de Gana.

Tempos depois, ela teve a iniciativa de criar um projeto que ajudasse outras mulheres a alcançar o sucesso profissional. Assim surgiu a Women’s World Banking, uma empresa sem fins lucrativos que oferecia microcrédito para negócios caseiros.

Esther Ocloo ganhou muitos prêmios por sua obra de mulher empreendedora, dentre eles o Africa Prize for Leadership.

Nise da Silveira (1905 - 1999)

Ela ficou conhecida como “a psiquiatra rebelde”. Sua rebeldia? Não aceitar a maneira violenta como a medicina psiquiátrica tratava os pacientes com doenças e transtornos mentais naquela época.

Nascida em Maceió, formou-se na Faculdade de Medicina da Bahia. Mas foi no Rio de Janeiro, mais especificamente no Centro Psiquiátrico Nacional do Engenho de Dentro, que desenvolveu o seu método revolucionário de tratamento.

Nise encontrou lá um cenário de horror: os pacientes eram tratados com violência, eletrochoques e lobotomia, o que não só não resolvia a questão, piorava o quadro.

Propondo o avesso da agressividade, a médica decidiu implementar um método que foi absolutamente desacreditado pelos seus colegas: o tratamento através da arte.

“O que cura, fundamentalmente, é o estímulo à criatividade” (Nise da Silveira)

A proposta não só deu certo, como se tornou referência de pesquisa e revolucionou o tratamento psiquiátrico no Brasil e no mundo, formando aquilo que hoje conhecemos como “psiquiatria humanizada”.

Os registros do seu trabalho estão documentados no Museu de Imagens do Inconsciente, que funciona no mesmo local em que trabalhou.

Carolina Maria de Jesus (1914 - 1977) 

A dura realidade de uma mulher pobre e preta no Brasil… Pode-se dizer que a história de Carolina Maria de Jesus se assemelha a de muitas outras mulheres do nosso imenso e (ainda) bastante desigual país.

Ela nasceu em Sacramento, cidade de Minas Gerais. 

Logo assim que aprendeu a ler, se encantou pelos livros e se tornou uma leitora ávida. Sua casa, porém, não tinha livros, uma vez que seus pais eram bastante pobres.

Um dia, sua mãe, que era empregada doméstica, foi presa acusada de roubo. Tempos depois, descobriu-se que tudo não passou de uma mentira e ela veio a ser solta, mas o fato marcou a vida de Carolina. Traumatizada com a situação, ela se mudou para São Paulo. Na época, a cidade estava em franco processo de desenvolvimento e começavam a surgir suas primeiras favelas, dentre elas, a do Canidé, na qual ela veio a morar.

Vivia de catar materiais como papel e ferro no lixo, fazer faxina, lavar roupas, mas a literatura sempre a acompanhou. Assim, começou a escrever registros sobre o seu cotidiano.

Na década de 1950, o jornalista Audálio Dantas descobriu os seus escritos e ajudou-a a publicá-los. 

Quarto de despejo, o seu primeiro livro, teve vendagem recorde. Ainda viriam outros quatro: Casa de Alvenaria, Pedaços de Fome, Provérbios e Diário de Bitita, o último publicado depois de sua morte.

Carolina é hoje reconhecida como uma das principais autoras do país, tendo recebido, em 2021, o título póstumo de Doutora Honoris Causa pela Universidade Federal do  Rio de Janeiro.

Dercy Gonçalves (1907 - 2008)

Quem nasceu entre os anos 1980 e 1990, deve associar o nome Dercy Gonçalves apenas à imagem de uma senhorinha bastante irreverente e desbocada. 

Na verdade, Dolores Gonçalves Costa foi muito mais do que isso. 

Nascida na cidade de Santa Maria Madalena, no interior do estado do Rio de Janeiro, foi abandonada pela mãe quando ainda era criança. Ela e seus seis irmãos precisaram ser criados pelo pai, que era alcoólatra.

Ainda nova, teve que arrumar um emprego para ajudar nas despesas de casa. Foi assim que começou a trabalhar na bilheteria do Cinema Ideal. Lá, assistindo aos filmes que chegavam da América do Norte e da Europa, se encantou pelas atrizes que interpretavam mulheres independentes e corajosas.

Não demorou para que ela, aos 17 anos, começasse a imitar a maquiagem e o jeito de se vestir dessas personagens, o que não foi bem visto em sua cidade. 

Entendendo que queria ser atriz, fugiu de casa com um grupo de teatro mambembe.

Dercy foi estuprada pelo primeiro namorado, perdeu o companheiro para a tuberculose e enfrentou inúmeros preconceitos por ser uma mulher que trabalhava, sem pudores, com comédia.

Morreu aos 101 anos e entrou para o Guinness Book como a profissional das artes cênicas com mais tempo de atuação. Afinal, foram 86 anos de carreira.

Oprah Winfrey (1954)

Quem a vê hoje, famosa e bem sucedida nas telas de tevê dos Estados Unidos (e do mundo), não imagina o que passou ao longo de sua infância e juventude.

Quando nasceu, seus pais eram jovens e tinham pouquíssima condição de criar um filho. Com um trabalho nas Forças Armadas, seu pai apenas a registrou, mas não participou em nada de sua criação. Já sua mãe, preocupada com a responsabilidade de ter uma filha, deixou a menina com a sua própria mãe e foi em busca de trabalho.

Apesar de ter garantido a sobrevivência de Oprah por alguns anos, sua avó tinha um jeito agressivo de educá-la e batia muito na menina quando ela fazia alguma coisa que considerava errado. Já nessa época, aprendeu a ler e sabia falar muito bem, o que lhe rendeu o apelido de “A pregadora” na igreja.

Com 9 anos, já morando com a mãe, Oprah passou a ser estuprada com frequência pelo tio e seus primos. Aos 13 fugiu de casa; aos 14 engravidou do primeiro namorado, que a agrediu e abandonou por não querer o filho. Apesar de ter  levado a gestão adiante, seu filho nasceu prematuro e faleceu poucas horas após o parto.

Oprah entrou em depressão… mas conseguiu dar a volta por cima. Retomou os estudos, venceu um concurso de locução e ganhou bolsa para estudar na Universidade do Tennesse.

Foi a primeira mulher negra a ocupar certos cargos nas emissoras de tevê. Sua facilidade com a oratória, descoberta ainda na infância, fez com que ela se tornasse a maior apresentadora dos Estados Unidos, dona de uma fortuna estimada em quase 3 bilhões de dólares.

Refuturizar é aprender a transformar em SIM os NÃOS que a vida nos dá.

Você também pode ser uma mulher transformadora e mudar o rumo da (sua) história. E para isso, conte sempre com a Refuturiza!

Tópicos: Mulheres, Mulher empreendedora, Dia Internacional da Mulher


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