As novas relações de trabalho no Brasil
A flexibilização se tornou guia de referência para nortear as novas relações de trabalho. Mas o que isso significa?
A nossa CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas completou 80 anos!
Uma jovem senhora que divide opiniões. De um lado, aqueles que acham ela uma velhinha simpática. Do outro, aqueles que dizem que ela é cringe e deveria se aposentar!
Não entendeu nada?
Deixa que a gente explica!
Breve história das leis trabalhistas (breve mesmo, tá?)
Tem gente que acha que antes de 1943 não existiam leis trabalhistas, o que não é verdade. Elas existiam, mas eram poucas, pontuais e ficavam soltas em meio a tantas outras. Faltava coesão - e coerência!
Aí, veio a CLT, linda e imponente, colocar ordem na bagunça e dizer o que podia e o que não podia nas relações trabalhistas.
Tudo ok, não fosse o fato de que o mundo mudou muito nesses 80 anos. E aí, teve uma galera que começou a achar que ela precisava ser revista…
A pandemia
Sim, ela novamente.
A gente sabe que você provavelmente não aguenta mais ouvir falar sobre esse assunto, mas a verdade é que vamos passar ainda alguns anos tentando entender o que nos aconteceu nesse período e de que forma isso nos afetou enquanto sociedade.
E se não bastasse todo o resto, parece que a tal COVID 19 também mudou de vez as relações trabalhistas (aquelas que a CLT teve tanto cuidado de arrumar)
Se em 1943 a palavra de ordem era DIREITO, agora é FLEXIBILIZAÇÃO. Mas em nome de quê? E de quem?
Dançar para não dançar
O isolamento social imposto pelo vírus fez com que muitas empresas diminuíssem seus quadros profissionais, reduzissem salários e jornadas e até mesmo fechassem as portas.
Nesse cenário, quem tinha emprego fez de tudo pra manter ele bem seguro entre as mãos. Isso significa se adaptar às novas regras do jogo. O famoso “dançar conforme a música”.
Por outro lado, quem encarou o fantasma do desemprego, topou flexibilizar ainda mais para conseguir pagar as contas.
A tal “uberização”
Se você fizer uma pesquisa rápida na internet, vai ver que uma das áreas que mais cresceu na pandemia foram os apps de delivery. E quem garantiu a existência desse serviço?
Os donos dos apps? Não!
Os donos das empresas conveniadas? Resposta errada!
Quem então? Os entregadores, é claro!
De moto ou de bike, milhares de pessoas aceitaram a empreitada de realizar entregas por longas horas diárias, de sol a sol, sem tempo de comer ou ir ao banheiro, para garantir o dindin de cada dia.
O mesmo vale para os aplicativos de carona. Quem não conhece alguém que “virou Uber” há pouco tempo?
O problema é que esse tipo de atividade não oferece garantias ao trabalhador. Ele não é CLT, nem PJ; perde os direitos trabalhistas e também não tem perspectiva ou possibilidade de ganhos maiores. É a chamada “uberização do trabalho”, em que a flexibilização alcança maior intensidade.
Pense: tanto o motorista quanto o entregador de aplicativo trabalham para uma empresa que lucra com o seu trabalho, mas não tem vínculo algum com ela.
Nem tudo é ruim
Hoje, com o fim da pandemia, a tendência da flexibilização das relações de trabalho segue firme.
Você já ouviu falar de pessoas que vivem de freela?
Isso nada mais é do que um profissional autônomo que faz pequenos serviços para certas pessoas ou empresas e, quase sempre, sem contrato formal de trabalho. Sim, o famoso “bico”.
E ainda que esse modelo de trabalho não exponha tanto o profissional (como no caso dos motoristas e entregadores), ele não traz segurança financeira. É o tal viver hoje sem saber se vai ter amanhã, o que certamente traz desgaste e prejuízos à saúde física e mental dos trabalhadores.
Se por um lado flexibilizar soa atraente - fazer seu próprio horário de trabalho não é mau, né? -, por outro, quando em excesso, pode deixar o trabalhador em uma condição de vulnerabilidade.
Você pode (e deve!) buscar as melhores formas de trabalho que se adequem ao seu perfil e necessidades. E isso não deve significar se colocar em risco
Quer fugir da “uberização”? Vem Refuturizar a sua carreira!