Qual a causa da insegurança alimentar?

Refuturiza - 05 Agosto, 2022

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Qual a causa da insegurança alimentar?

Hoje, cerca de 30% da população mundial não têm acesso físico, econômico e social a alimentos - só no Brasil, são cerca de 90 milhões de pessoas.

Hoje, cerca de 30% da população mundial não têm acesso físico, econômico e social a alimentos - só no Brasil, são cerca de 90 milhões de pessoas.

Você pode até não ter (ainda) ouvido falar em Insegurança Alimentar, mas certamente já ouviu falar sobre o seu mais grave efeito: a fome. Infelizmente, este é um tema constante nas notícias, mas principalmente na realidade.

No entanto, por mais que seja um tema cotidiano, trata-se de um assunto extremamente complexo, com raízes profundas e consequências graves.

Vamos, então, começar a entender melhor o que é a Insegurança Alimentar.

FAO UN

Abraham Maslow, psicólogo americano, desenvolveu, na década de 1950, a sua Pirâmide da Hierarquia das Necessidades. Nela, ele divide as necessidades humanas em 5 categorias:

  1. Necessidades Fisiológicas
  2. Necessidades de segurança e proteção
  3. Necessidade social
  4. Necessidade de estima
  5. Necessidades de autorrealização

Os primeiros grupos, mais próximos da base, indicam as necessidades mais fundamentais para a sobrevivência do homem. 

Dessa forma, é dentro do grupo “Necessidades Fisiológicas” que estão a fome e a sede, categorias tão importantes que levaram à criação de uma agência específica da ONU para tratar apenas destes temas.

A FAO UN - Food and Agriculture Organization of the United Nations (em português, Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura), criada em 1945, move esforços em todo o mundo para erradicar a fome e atua diretamente em mais de 130 países.

Vamos, então, ver a definição deles para Segurança Alimentar:

“(...) existe quando todas as pessoas têm, a qualquer momento, acesso físico, econômico e social a alimentos seguros, nutritivos e suficientes para satisfazer suas necessidades dietéticas e preferências alimentares para uma vida ativa e saudável”

Perceba que o texto não fala apenas sobre as “necessidades dietéticas", ou seja, a nutrição plena do organismo, mas também de preferências alimentares, o que aponta para o prazer com a comida.

Para nós, seres humanos, o deleite com a alimentação é algo primordial. Pense: você conseguiria comer uma mesma coisa todos os dias? Ou comer algo que não lhe agrada, que lhe traz repulsa, pelo resto da vida? Como você se sentiria se essa fosse a sua realidade?

O mesmo vale para a qualidade daquilo que é consumido. Afinal, nem tudo o que se come pode ser considerado verdadeiramente como alimento.

Ultraprocessados, por exemplo, são comidas ultra calóricas, com grande quantidade de sal, açúcar e gordura, que “matam a fome”, mas não nutrem o organismo.

É disso que fala o “nutricídio”, termo cunhado nos anos 1990 e que se refere a essa comida que produz morte em lugar de vida.

Causas da insegurança alimentar

Até a década de 1970, acreditava-se que a insegurança alimentar estava unicamente ligada à deficiência na produção de alimentos por um país. Hoje, porém, entende-se que este é um fenômeno multidimensional:

  • problemas na produção de alimentos em função de questões climáticas, como seca e estiagem;
  • flutuações econômicas com desvalorização da moeda interna e consequente dificuldade de importação de alimentos;
  • aumento dos preços combinado a redução de salários, desemprego, e pobreza; e
  • queda na qualidade dos alimentos.

Diante dessa multiplicidade de fatores, a FAO criou um critério de dimensões para melhor compreendê-los e combatê-los.

  • 1ª dimensão: Disponibilidade

Refere-se à produção e oferta de alimentos

  •  2ª dimensão: Acesso

Refere-se à distribuição e ao abastecimento dos alimentos, bem como à condição econômica da sociedade para consumi-los.

  • 3ª dimensão: Utilização

Refere-se às condições de manuseio e preparo dos alimentos para o pleno aproveitamento de seus nutrientes

  • 4ª dimensão: Estabilidade

Refere-se à manutenção das boas condições de alimentação por um longo prazo.

Já o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística criou uma outra classificação para tratar do problema e divida a insegurança alimentar em 3 tipos: leve (quando há queda na qualidade dos alimentos); moderada (quando há queda na oferta de alimentos e, consequentemente, restrição no acesso); e grave (quando a escassez de alimentos é ampla e acentuada, chegando à condição de fome).

Brasil

Como você pode ter percebido, a insegurança alimentar não está ligada apenas à falta de alimentos, mas também a sua qualidade e quantidade. E aqui no Brasil, esta é uma realidade antiga e persistente.

De acordo com o estudo mais recente do IBGE, sua principal razão é a desigualdade sócio-econômica do nosso país e atinge 41% da população, ou seja, quase 90 milhões de pessoas.

Com a pandemia do novo Coronavírus, esse quadro se agravou, uma vez que o preço dos alimentos sofreu uma forte alta ao mesmo tempo em que a maioria das pessoas teve a sua fonte de renda diminuída ou cortada.

Problemas e soluções

Nenhum problema social acontece de forma isolada. Geralmente, quando algo foge ao padrão de “normalidade”, outras adversidades também vão surgindo, como uma espécie de efeito cascata.

Por isso, a insegurança alimentar, que já é grave, vem sempre acompanhada de outros transtornos, que levam o quadro para um patamar ainda mais delicado.

  • desnutrição e anemia
  • sobrepeso (diretamente ligado ao nutricídio)
  • instabilidade na saúde mental, com expansão dos casos de anemia e depressão
  • desgaste físico, queda na imunidade e maior propensão a doenças virais e bacterianas
  • deficiências no desenvolvimento cognitivo

Mas identificar o problema é apenas uma das etapas da política social. É preciso ir além, estudando suas origens e propondo alternativas e soluções.

Então, como podemos agir para combater a insegurança alimentar?

  • criando soluções de adaptação climática para incrementar a produção de alimentos
  • reduzir o desperdício
  • políticas de incentivo ao pequeno produtor e à uma agricultura sustentável
  • educação nutricional e
  • políticas de redução e combate às desigualdades sociais

Esses são apenas alguns exemplos, mas as soluções são múltiplas e precisam ser concomitantes para a verdadeira erradicação do problema. Afinal, como nos ensinou o sociólogo e ativista Herbert de Souza (Betinho), “quem tem fome, tem pressa”.

=> A insegurança alimentar, assim como outros tópicos de atualidades, são indispensáveis para quem vai fazer o ENEM.

Venha com a gente! Se prepare com a Refuturiza!

Tópicos: ENEM, Saúde, Alimentação, Redação, Tema de Redação


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