Como as redes sociais podem afetar a sua saúde mental?
Hoje em dia, não há quem não tenha ao menos uma rede social. Mas já parou pra pensar como isso pode estar afetando a nossa saúde mental?
O despertador mal toca e você já estica a mão para procurar o celular. Vê as principais notícias do dia, olha a agenda e, de olho nas notificações, dá uma passada rápida nas redes sociais.
Ao longo do dia, entre uma atividade e outra, dá uma olhada nas redes para ver se alguém postou alguma coisa - algum comentário sobre a novela, sobre o futebol ou sobre os últimos acontecimentos da política.
Ao meio-dia, nem lembra ao certo o que comeu, porque aproveitou toda a hora do almoço para dar uma circulada nas redes sociais. Eram pra ser só quinze minutinhos, mas você acabou se perdendo nos comentários de uma discussão sobre a possível separação de um casal de celebridades…
À noite, logo que chega em casa, você se joga no sofá para relaxar um pouquinho depois de um dia cansativo de trabalho. Pega o celular e quando se dá conta, já são dez da noite! Não percebeu que o tempo passou enquanto, simplesmente, “rolava a tela”.
Não, essa não é a sua rotina. Mas poderia ser, não é mesmo?
Isso porque, segundo pesquisas, o Brasil é o 2º país que mais passa tempo na internet e o 3º que mais consome conteúdo em redes sociais no mundo - ficando atrás somente das Filipinas e da Colômbia. Ao todo, estima-se que passemos cerca de 4 dias inteiros por semana conectados à rede - 197 dias por ano.
Com números tão acentuados, parece claro que esse hábito irá nos afetar de alguma forma, mas como?
A saúde mental
Antes de tudo, vamos começar entendendo o conceito de saúde mental.
Diferentemente da saúde física, a saúde mental parece menos evidente e palpável, mas seus princípios são muito semelhantes: falam sobre o bem-estar e a ausência de doenças.
De acordo com o portal da Secretaria de Saúde do Paraná, “a Saúde Mental de uma pessoa está relacionada à forma como ela reage às exigências da vida e ao modo como harmoniza seus desejos, capacidades, ambições, ideias e emoções”.
É claro, então, que nenhuma pessoa estará bem 100% do tempo, uma vez que a vida é feita de altos e baixos. Mas quando nossa saúde mental está em dia, sabemos lidar melhor com essas oscilações.
E você sabe como está a saúde mental dos brasileiros? De acordo com estudo publicado no site PebMed, entre 2020 e 2021, houve uma piora para 53% das pessoas.
Será que as redes sociais têm alguma participação nisso? Para muitos especialistas, a resposta é sim!
Alguns dados sobre as redes sociais
A Royal Society for Public Health, uma instituição inglesa de saúde pública, divulgou em pesquisa que 70% dos jovens entrevistados revelaram que o uso de redes sociais piorou sua relação com a autoimagem, sendo que 90% destes são meninas.
Veja outros números:
- 87% das pessoas acessam as redes sociais antes de dormir, o que é potencialmente nocivo, uma vez que a luz azul emitida pelos celulares é altamente prejudicial ao sono.
- 5% dos jovens usuários de redes sociais já podem ser considerados viciados - e por mais que pareça algo menor ou menos preocupante, a ciência mostra que esta dependência é tão grave quanto aquela provocada pelo uso de cigarro e álcool.
- 63% dos usuários dizem se sentir infelizes, sensação cresce proporcionalmente ao tempo gasto diante das telas.
Os impactos do uso das redes
Um dos grandes problemas das redes sociais é que elas criam uma espécie de “realidade paralela” em que tudo é perfeito, desde as pessoas até a vida que elas levam. E é claro que isso é uma grande invenção.
Basta “rolar a tela” por cerca de cinco minutos e descobrir que “só você” não está feliz, viajando, casando, perdendo peso, sendo promovido etc. Diante disso, é natural que as pessoas se sintam derrotadas quando navegam pelo “mar de ilusões” do feed.
Vamos entender melhor isso:
- Ansiedade:
Somos uma sociedade ansiosa. Dados dão conta de que somos o país com o maior número de pessoas com transtorno de ansiedade no mundo (quase 10% da população). E esse é um quadro potencialmente agravado por essa exposição da “vida perfeita” das redes sociais.
- FOMO:
Fear of Missing Out, ou “medo de ficar de fora”, é uma angústia típica dos usuários de internet. Em meio a uma infinidade de informações que se atualizam diariamente, é comum que as pessoas sintam que estão, a todo tempo, perdendo algo, que estão ficando para trás. E isso estimula ainda mais elas a permanecerem nas redes.
- Excesso de cobrança:
Diante da “vida perfeita” e da sensação de fracasso, há um aumento na auto-cobrança por parte dos usuários das redes, seja para aumentar a produtividade, seja para alcançar o “corpo ideal” e a “beleza padrão”. O mais grave disso é que as metas estipuladas são, quase sempre, inalcançáveis, o que os coloca em um estado de constante insatisfação consigo mesmos.
E você, como tem usado as redes sociais? Que tal Refuturizar e investir em um uso mais consciente e moderado?